Muslims Massacre 500 Christians in Nigeria
Where is the worldwide outrage at such an atrocity? How could the murder of a 6-week-old child be revenge for anything?
On 7 March 2010, in the middle of the night, Muslims murdered 500 Christian women and children in the village of Dogo Nahawa, near the city of Jos. The Muslims massacred children as young as six weeks old.
Muslim extremists invaded the village at 2 a.m. local time and slaughtered Christians with machetes. In some cases, the Muslims wiped out entire families. Of those murdered, 380 were buried in a mass grave. The police have arrested 93 people and recovered guns, knives and other types of weapons from the suspects.
The security officials knew what was happening but did not intervene.
The Reverend Chuwang Avou, General Secretary of the Christian Association of Nigeria in Plateau State said Christians from the village called him as soon as the Muslims started their attack. He immediately alerted the security officials.
The security officials went to the village, where they witnessed Muslims were killing Christians, but didn’t intervene to stop the massacre. When other Christians from surrounding villages attempted to intervene, the security forces stopped them by stating they couldn’t enter the village until 6 a.m. The Muslims carried out the massacre until 5:30 a.m. and then left the village.
Reverend Avou, said, “Christians are intimidated. We need assistance from outside Nigeria because we don’t have confidence in this country. We have lost confidence in the security forces in our country . . . . Military people, especially the army, are taking sides. We want the United Nation to come to our aid.”
Jonah John Jang, the Governor of Plateau State, where the attack took place, confirmed the failure of the military to stop the killing. According to the Nigerian newspaper, This Day, on March 6, at 9 p.m., the governor reported the possibility of the attack to Major-General Maina Saleh, the commanding officer of the military in the area. But the military failed to take actions despite the warning by the governor.
According to Governor Jang, the massacre “could have been avoided, if they acted on my report.”
It was a Jihad attack and not an ethnic conflict.
Nigerian Christian leaders expressed outrage that the Muslim attack has been labeled “ethnic” violence by the media and politicians. According to Christian leaders, the violence is part of an Islamic Jihad against Christian minorities in northern Nigeria.
One eyewitness said the Muslims were “shouting Allah Akbar, Allah Akbar (God is great). If you hear them shouting Allah Akbar, Allah Akbar, then it means that they have killed somebody.” Church leaders said that the Muslims are bent on forcefully converting everyone in Plateau State to Islam.
Reverend Avou added, “The Muslims have training grounds in Nigeria, and they get their weapons from outside the country.”
During the attack, the Muslims burned down a Roman Catholic Church, the Evangelical Church of West Africa and the Church of Christ in Nigeria.
Check back with us for further updates on this breaking story. We plan to post interviews with Nigerian locals and eye witnesses to give you the real story behind this massacre. Please alert your friends!
Spread the Word11 de março de 2010 Muçulmanos massacram 500 cristãos na Nigéria Onde está a indignação mundial de tamanha atrocidade? Como poderia o assassinato de uma criança de 6 semanas de idade, servir como vingança por qualquer coisa? Em 07 de março de 2010, no meio da noite, muçulmanos assassinaram 500 mulheres cristãs e crianças na vila de Dogo Nahawa, perto da cidade de Jos. Os muçulmanos massacraram crianças tão pequenas como da idade de seis semanas. Extremistas muçulmanos invadiram a aldeia às 02:00 da manhã, hora local, e massacraram cruelmente os cristãos com facões. Em alguns casos, os muçulmanos dizimaram famílias inteiras. Dos que foram assassinados, 380 foram enterrados em uma vala comum. A polícia prendeu 93 pessoas e recuperaram armas, facas e outros tipos de armas dos suspeitos. Os agentes de segurança sabiam o que estava acontecendo mas não fizeram nada para os deter. O reverendo Chuwang Avou, Secretário-Geral da Associação Cristã da Nigéria no Estado de Plateau, disse que os cristãos da aldeia o chamaram assim que os muçulmanos começaram a atacar. Ele imediatamente alertou os funcionários de segurança. Os agentes oficiais de segurança foram até a aldeia, onde testemunharam que os muçulmanos estavam matando cristãos, mas não intervieram para parar o massacre. Quando outros cristãos de aldeias circunvizinhas tentaram intervir, as forças de segurança os impediram, afirmando que não poderiam entrar na aldeia até as 06:00 da manhã. Os muçulmanos realizaram o massacre até 05h30 e, em seguida, deixaram a aldeia. Reverendo Avou, disse: "Os cristãos são intimidados. Precisamos de ajuda fora da Nigéria porque não temos confiança no país. Perdemos a confiança nas forças de segurança de nosso país. Os militares, especialmente o Exército, estão tomando partido [pro - muçulmano, notadamente]. Queremos que a Organização das Nações Unidas venha em nossa ajuda. " John Jonah Jang, o Governador do Estado de Plateau, onde o ataque ocorreu, confirmou a falha militar em parar com a matança. Segundo o jornal nigeriano, This Day, em 6 de março, às 9 horas da manhã, o governador relatou a possibilidade do ataque para o Major-General Saleh Maina, o oficial comandante dos militares na área. Mas os militares não tomaram medidas cabíveis, apesar da alerta pelo governador. De acordo com o governador Jang, o massacre “poderia ter sido evitado, se eles tivessem acatado o meu aviso." Foi um ataque da Jihad, e não um conflito étnico. Os líderes cristãos da Nigéria expressaram indignação pelo fato do ataque muçulmano ter sido rotulado de violência “étnica” pela imprensa e políticos. Segundo líderes cristãos, a violência é parte da Jihad Islâmica contra as minorias cristãs no norte da Nigéria. Uma testemunha ocular disse que os muçulmanos estavam “ gritando Allah Akbar, Allah Akbar (Alá é grande). Se você os ouve gritar que Alá é grande, Alá é grande, então isso significa que eles estão matando alguém.” Líderes da Igreja disseram que os muçulmanos estão empenhados em conversões forçadas para o Islamismo de todos no Estado de Plateau. Reverendo Avou acrescentou: "Os muçulmanos têm seus campos de treinamento, na Nigéria e adquirem suas armas de fora do país." Durante o ataque, os muçulmanos queimaram uma Igreja Católica Romana, a Igreja Evangélica da África Ocidental e a Igreja de Cristo na Nigéria. Volte conosco para obter atualizações sobre essa “breaking story”. Planejamos postar entrevistas com moradores e testemunhas oculares da Nigéria para lhe dar a verdadeira história por trás deste massacre. Por favor, alerta os seus amigos! Espalhe a Palavra
______________________
Explosões deixam pelo menos 5 mortos e 25 feridos no Iraque
1 hora, 51 minutos atrás
Bagdá, 11 jun (EFE).- Pelo menos cinco pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas em atentados nesta sexta-feira no Iraque, segundo informaram à agência Efe fontes do Ministério do Interior.
Uma das explosões aconteceu durante a passagem de uma patrulha conjunta de militares do Iraque e dos Estados Unidos em Yalawla, na província nordeste de Diyala, e causou a morte de três civis e feriu outras quinze pessoas, indicaram as fontes.
Ainda não foi informado se o incidente foi causado por um carro-bomba ou explosivos colocados junto à via.
Outros dois civis morreram enquanto dez ficaram feridos pela detonação de uma bomba em um mercado do distrito de Dora, sul de Bagdá, informaram as fontes.
Além disso, na noite de quinta-feira, dois carros-bomba causaram oito mortes e deixaram 13 feridos.
Quatro pessoas ficaram mortas e três feridas pela explosão de um carro-bomba na cidade de Tikrit, na província central de Salahadin, e mais quatro morreram e dez ficaram feridas em outra explosão semelhante em um posto de controle do oeste de Bagdá. EFE
http://br.noticias.yahoo.com/s/11062010/40/politica-explosoes-deixam-pelo-5-mortos.html
---------------------------------------------
Distúrbios deixam pelo menos 17 mortos e 200 feridos no Quirguistão
2 horas, 43 minutos atrás
(Atualiza número de vítimas e acrescenta declarações de autoridades)
Moscou, 11 jun (EFE).- Pelo menos 17 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em distúrbios registrados na noite desta quinta-feira na província de Osh, sul do Quirguistão, informaram as autoridades do país nesta sexta.
Fontes do Ministério da Saúde do país, citadas pela agência oficial russa, indicaram que até as 3h desta sexta (pelo horário de Brasília) um total de 201 pessoas tinha solicitado ajuda médica na província de Osh, das quais 109 tiveram que ser hospitalizadas e 43 seguem em estado grave.
O vice-presidente do Governo provisório do Quirguistão, Azimbel Beknazarov, declarou que os distúrbios na região de Osh, onde vive uma importante minoria uzbeque, são de caráter étnico.
As desordens começaram na quinta-feira à noite no centro de Osh, segunda cidade mais importante do Quirguistão, após uma briga em massa entre jovens quirguizes e uzbeques, que deu origem a atos de vandalismo.
Segundo o Ministério do Interior quirguiz, que anunciou a detenção de cinco suspeitos de causar os distúrbios, os envolvidos queimaram vários veículos e lojas no centro de Osh.
"Todas as unidades do Ministério do Interior foram colocadas em estado de alerta máximo", disse o porta-voz do Ministério, Rajmatil Ajmedov, em declarações a uma rede de televisão local.
A presidente interina do Quirguistão, Roza Otumbayeva, anunciou a convocação de uma reunião de emergência do Executivo para analisar a situação em Osh e adotar medidas para estabilização. EFE
http://br.noticias.yahoo.com/s/11062010/40/politica-disturbios-deixam-pelo-17-mortos.html
_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-
Explosão deixa ao menos 9 mortos e 8 feridos no Afeganistão
2 horas, 59 minutos atrás
Cabul, 11 jun (EFE).- Pelo menos nove civis morreram e oito ficaram feridos pela explosão de uma bomba durante a passagem do veículo em que viajavam na província de Kandahar, no conflituoso sul do Afeganistão, informou uma fonte oficial.
Os atentados e os combates acontecem em Kandahar com maior assiduidade que o habitual durante as últimas semanas.
Em fevereiro, as forças estrangeiras e afegãs lançaram uma grande ofensiva contra os redutos da insurgência talibã na província vizinha de Helmand, e durante os últimos meses espera-se que a campanha militar chegue a Kandahar.
A "jirga", assembleia de paz convocada pelo presidente afegão, Hamid Karzai, que terminou na última semana, recomendou um diálogo formal com o movimento talibã, que segue negando a possibilidade e exige a retirada imediata dos soldados estrangeiros. EFE
http://br.noticias.yahoo.com/s/11062010/40/politica-explosao-deixa-9-mortos-8.html
^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^
Ataque com mísseis deixa pelo menos 13 mortos no Paquistão
Sex, 11 Jun, 03h09
Islamabad, 11 jun (EFE).- Pelo menos 13 pessoas morreram e 12 ficaram feridas em um ataque com mísseis supostamente lançados por um avião não-tripulado dos Estados Unidos na região tribal paquistanesa do Waziristão do Norte, informou nesta sexta-feira o canal televisivo privado "Geo TV".
De acordo com esta versão, duas casas foram completamente destruídas.
O Waziristão do Norte, onde acontece a maioria das ações dos aviões espiões americanos, é um refúgio tradicional de facções talibãs paquistanesas e afegãs, e também de membros da rede terrorista internacional Al Qaeda.
Desde 2008 aconteceram mais de 120 ataques com mísseis dos EUA nas áreas tribais, um terço deles neste ano.
O Governo paquistanês rejeita em público estes ataques, embora fontes oficiais dos EUA e do Paquistão consultadas pela Efe tenham reconhecido que os serviços de inteligência dos dois países trabalham juntos para realizar as ações, cada vez mais frequentes. EFE
http://br.noticias.yahoo.com/s/11062010/40/politica-ataque-misseis-deixa-pelo-13.html
_________________________________
07/07/2004
Mordaças disfarçadas
A mesma imprensa que defende com unhas e dentes a liberdade de informação na sociedade também omite, disfarça, manipula, abafa, proíbe, censura. Não apenas fatos e notícias, mas a própria discussão em torno deste assunto
Por Juliana Borges e André Campos
Justiça proíbe publicação de reportagem em jornal: multiplicação de casos a partir de 2000 |
A censura, porém, que nasce dentro das revistas, jornais, emissoras de rádio e TV, permanece cercada do mais completo silêncio. Casos de assuntos e reportagens abafados devido a interesses políticos e econômicos das empresas jornalísticas são realidade em todas as grandes redações. No entanto, esse tema recebe contornos de tabu e segue sem ser discutido nem mencionado.
Existe ainda no jornalismo uma outra forma de censura, anterior àquela imposta pelos patrões e pelos interesses econômicos. É a praticada pelo próprio jornalista, que, consciente ou inconscientemente, barra assuntos que possam desagradar a seus superiores apenas para não criar problemas. Independentemente da origem e das causas, a censura priva a população do livre acesso à informação e, por isso, deveria ser discutida abertamente na sociedade brasileira.
Taís Gasparian: interesses individuais não podem prevalecer sobre os da sociedade |
Apenas três matérias da série de oito foram para as bancas. Na quarta, a capa do jornal estampou um quadrado preto onde se lia "censurado". Os advogados do cantor conseguiram na Justiça proibir o diário de publicar quaisquer outros detalhes de sua vida.
Na década de 90, esse foi um caso isolado na Justiça brasileira. Porém, a partir de 2000, o número de liminares que impediam a publicação de matérias se multiplicou. A equipe de reportagem levantou alguns casos semelhantes e constatou que a censura prévia é um grande ponto de discórdia entre juristas, advogados e jornalistas.
Os desentendimentos começam com a própria designação "censura prévia". Enquanto alguns repelem essa prática, outros nem mesmo consideram censura o ato de impedir a publicação de uma reportagem por meio de ação liminar. É o que afirma, por exemplo, o desembargador Jirair Meguerian, que, em outubro de 2002, concedeu uma liminar que proibiu o jornal "Correio Braziliense" de publicar qualquer matéria com citações de trechos de uma gravação telefônica que envolvia o então governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, num escândalo de grilagem de terras. Segundo ele, esse ato – que ele chama de "vedação" – é não apenas válido, como balizado pela Constituição.
O ex-procurador-geral Luiz Marrey combate a censura prévia: “democracia é regime de riscos” |
Luiz Antônio Marrey, ex-procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, discorda de Meguerian. Ele não só utiliza o termo "censura prévia" como combate essa prática publicamente. O procurador é taxativo: "É claro que existem muitas matérias irresponsáveis no jornalismo brasileiro, mas isso não justifica a adoção de censura prévia. A democracia é um regime de riscos, e é sempre melhor assumir o risco da sanção a posteriori".
Quando se fala em censura judicial, o eixo de discussão se estabelece em torno de dois princípios básicos previstos no artigo 5º da Constituição Federal: a liberdade de expressão e o direito à privacidade e à defesa da honra.
Aqueles que são expressamente contra essa prática acreditam que o primeiro valor predomina sobre o segundo. "A liberdade de imprensa é um direito coletivo, enquanto a defesa da honra é um direito individual. Os interesses de um único indivíduo não devem prevalecer sobre os da sociedade", defende Taís Gasparian, uma das sócias do escritório Rodrigues Barbosa MacDowell de Figueiredo Advogados, que presta serviços a diversas empresas jornalísticas e repórteres.
Por outro lado, os que defendem esse tipo de intervenção judicial nos meios de comunicação argumentam que cabe à Justiça evitar possíveis abusos da mídia. "O equilíbrio entre a liberdade de informação e a defesa da honra pressupõe a atuação do Poder Judiciário. Não como censor, mas como verificador do que seja de interesse da coletividade", afirma o desembargador Nívio Gonçalves.
Em 22 de outubro de 2002, ele proibiu o "Jornal de Brasília" de publicar qualquer reportagem que envolvesse o nome do político Geraldo Magela com o recebimento de dinheiro para regularização de condomínios. Cinco dias antes, Gonçalves tinha se pronunciado contra a decisão de censura do colega Meguerian ao "Correio Braziliense", no episódio já mencionado. No seu entender, no caso do "Jornal de Brasília", havia indícios expressivos de que o periódico exorbitara de seu dever de informar.
Situações como essa oferecem munição aos críticos da censura prévia, que vêem incoerência em decisões de membros do Judiciário relativas à questão. Além disso, o atual estágio do relacionamento entre a imprensa e a Justiça indica que pode haver muito mais do que uma simples discussão jurídica em jogo. Segundo levantamento do site Consultor Jurídico, realizado em cinco grandes empresas jornalísticas do país, os juízes destacam-se como a classe profissional com o maior número de processos contra jornalistas e veículos de comunicação.
Chico Otávio – repórter do jornal "O Globo" proibido em 2001 pela Justiça de publicar matéria que apontava fraudes em negócios particulares do então governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho – acredita que a atual situação de intenso atrito da imprensa com a lei está gerando também um perigoso quadro de autocensura nas redações.
Maria Tereza Gomes: “não aceitamos mostrar matérias antes que sejam publicadas” |
Dimas baseou sua decisão apenas na possibilidade de a reportagem ferir interesses de uma empresa. Para ele, não cabia, num primeiro momento, o julgamento do mérito da questão. Em março de 2003, a "Você S/A" conseguiu, na Justiça, o direito de publicar a reportagem na íntegra, sem interferência da Dow Right. Em setembro, a empresa abriu um processo contra a Editora Abril.
Para os opositores da censura prévia, a preocupação com o aumento dos casos vai além das conseqüências isoladas que eles podem trazer para empresas jornalísticas e sociedade. O medo maior é que novas decisões que proíbam a publicação de reportagens ajudem a legitimar a prática dessa modalidade de interferência do Estado nos órgãos de imprensa. O caso de Roberto Carlos abriu precedente para esse tipo de pensamento, e ocorrências semelhantes colaboram para reafirmar essa idéia.
Mais complexa e velada que a judicial, a censura que ocorre dentro das redações é também mais difícil de ser discutida. Primeiro porque, quase sempre, seu autor tem meios de "justificá-la", já que qualquer assunto pode ser barrado num veículo sob a alegação de que não condiz com sua "linha editorial". Segundo, porque não é fácil de ser comprovada. E, por fim, porque pouquíssimos profissionais do meio estão dispostos a abrir o jogo. Com receio de perder o emprego, a grande maioria evita falar publicamente do assunto. A equipe de reportagem entrou em contato com jornalistas de diferentes publicações e encontrou três dispostos a contar suas histórias.
Cláudo Tognolli: matéria derrubada por ACM |
Conhecido por seu temperamento explosivo, Claudio Tognolli, repórter especial da rádio Jovem Pan e colaborador dos sites Consultor Jurídico e Observatório da Imprensa, já trabalhou em diversos veículos da mídia. Fala abertamente de grandes tabus do jornalismo, escândalos abafados e matérias censuradas. "Por isso, sou vetado em algumas empresas jornalísticas. Mas, como sempre tenho em mãos um material diferenciado, consigo me manter vivo na profissão", diz. Em sua carreira, Tognolli já teve algumas matérias censuradas.
Um dos casos aconteceu na "Veja", em 1987, quando a revista era dirigida por Elio Gaspari e José Roberto Guzzo. "Recebi uma lista de nomes de pessoas que lavavam dinheiro na Bolsa de Valores de São Paulo, em uma operação chamada Day Trade (compra e venda de ações no mesmo dia). Entre os personagens envolvidos estavam integrantes da família Mesquita (dona do Grupo Estado) e um genro do ACM (Antonio Carlos Magalhães), que era sócio da construtora OAS." Segundo Tognolli, a matéria chegou até a ser paginada, mas não foi publicada. "Não me falaram o motivo, mas ele sempre acaba vazando. Descobri que foi derrubada por ACM", conta o jornalista. "Em um ano que trabalhei na ‘Veja’, vi o político na sala dos diretores no dia do fechamento da revista pelo menos três vezes." Procurados pela reportagem, Gaspari alegou não conceder entrevistas e que, por isso, não comentaria o caso, e Guzzo, que estava fora do país, como informou sua secretária, não entrou em contato com a revista.
Tognolli afirma que, no mesmo período, recebeu também uma proposta de suborno de um entrevistado, numa situação que ainda o levou a ter membros de sua família ameaçados. "Investiguei um caso de fraude no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e um dos envolvidos, Milton Milreu, tentou me comprar. Ele disse que me daria US$ 10 mil para eu não publicar a matéria. Deixei em aberto porque queria voltar e gravar o cara me dando a grana. Mas meu editor falou para eu esquecer o assunto. A matéria nunca saiu."
Georges Bourdoukan, chefe de reportagem do programa "Globo Repórter" nos anos 70, conta que conviveu com a censura. Não só a militar, mas também a empresarial. Tráfico de órgãos, poluição em Cubatão (SP) e a prisão do então líder sindical Lula são algumas gravações que deixaram de ir ao ar.
Georges Bourdoukan: pressão de multinacionais tirou o ‘Globo Repórter’ do ar |
Não foi só na Rede Globo que o jornalista teve problemas com a censura. Ele afirma que, quando trabalhou na TV Cultura, em 1974, havia orientação da Fundação Padre Anchieta para não serem veiculadas imagens de pessoas negras ou feias. "Por feio, entenda-se pobre."
Bourdoukan, que abandonou a profissão de jornalista por opção e hoje é escritor, tem uma visão muito crítica sobre a censura na mídia. "Não existe liberdade de informação no sistema capitalista", afirma.
O atual cenário de crise econômica que atinge a indústria da comunicação torna ainda mais relevante discutir a censura. Para Otavio Frias Filho, diretor de redação da "Folha de S. Paulo", as dificuldades financeiras enfrentadas atualmente podem afetar a autonomia jornalística de veículos da mídia.
A relação entre anunciantes e o que é publicado na mídia é outro grande entrave para a consolidação da independência editorial de um veículo. "Para sobreviver, o patrão precisa do anúncio. E, ao aceitá-lo, ele necessariamente vai fazer concessões", observa Bourdoukan. Bernardo Ajzenberg, ex-ombudsman da "Folha de S. Paulo", tem opinião diferente. "Não vejo isso acontecer, por exemplo, na ‘Folha’, a não ser muito episodicamente", diz. Para ele, a própria competição por leitores e audiência evita essa realidade. Frias afirma que, ao menos em seu jornal, vigora uma rígida separação entre redação e publicidade.
Na verdade, por mais que se queira buscar a livre informação como ideal, a imprensa, para sobreviver, depende de um bom relacionamento com forças econômicas e políticas. Por essa razão, certamente terá sempre enormes dificuldades para se ver livre de influências externas, ainda mais quando todas as grandes empresas da mídia estão endividadas.
A questão, porém, é mais complexa do que parece à primeira vista e não pode ser encarada sob uma ótica romântica, que transforma patrões em senhores maquiavélicos e repórteres em vítimas de opressão. A censura nas redações é diária. No entanto, pode ser muito mais sutil e velada do que a oficial. Ignorar a existência do pobre e do excluído é um exemplo de censura disfarçada. E de um tipo ainda mais grave. Porque pior do que barrar um assunto na imprensa é nem considerar que ele existe.
Primeiro semestre de 2004
http://www.reporterbrasil.org.br/exibe.php?id=43
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~