Think out / Considere cuidadosamente

 

"For Elohim so loved the world, that He gave His only begotten Son, that whosoever believeth in Him should not perish, but have everlasting life" "Porque Elohim amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (John 3:16). "For I am not ashamed of the gospel of Messiah: for it is the power of Elohim unto salvation to every one that believeth; to the Jew first, and also to the Greek" ; "Porque não me envergonho do evangelho do Messias, pois é o poder de Elohim para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego".(Romans 1:16). "But Elohim commendeth His love toward us, in that, while we were yet sinners, Messiah died for us" ; "Mas Elohim prova o seu amor para conosco, em que o Messias morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." (Romans 5:8). "That if thou shalt confess with thy mouth the Adon Yeshua, and shalt believe in thine heart that Elohim hath raised Him from the dead, thou shalt be saved. For with the heart man believeth unto righteousness; and with the mouth confession is made unto salvation. For the scripture saith, Whosoever believeth on him shall not be ashamed. For there is no difference between the Jew and the Greek: for the same ADONAI over all is rich unto all that call upon him. For whosoever shall call upon the name of the ADONAI shall be saved. " ; "A saber: Se com a tua boca confessares a ADON Yeshua, e em teu coração creres que Elohim o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o ADONAI de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome de ADONAI será salvo." (Romans 10:9-13). "...Elohim hath given to us eternal life, and this life is in his Son." ; "E o testemunho é este: que Elohim nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho".(I John 5:11). "He that hath the Son hath life; and he that hath not the Son of Elohim hath not life." ; "Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Elohim não tem a vida". (I John 5:12). For the wages of sin is death; but the gift of Elohim is eternal life through Yeshua HaMashiach Adoneinu" ; "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Yeshua HaMashiach nosso Senhor".(Romans 6:23).

A MENSAGEM DA MORTE DE SARAMAGO

A MENSAGEM DA MORTE DE SARAMAGO

Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam iniqüidade...” (Sl. 53:1a)

Saramago morreu. Saramago está morto. Havia a morte no meio do caminho. No meio do caminho havia a morte. Por ele os sinos dobram: morreu... morreu... morreu!

http://oglobo.globo.com/fotos/2010/06/20/20_MHG_saramagofuneral.jpg Por mais incrível que possa parecer, o homem que não precisava de Deus e se dizia vivo graças ao seu coração forte não resistiu. Semana passada encerrou a etapa terrena da sua existência, morrendo com seu coração forte, sua utopia, seu Nobel, suas convicções e sua incredulidade. Por isso, não foi uma morte qualquer. Tinha um tom de tristeza adicional, pois havia muito para morrer com ele.

Mas, a morte não silencia os homens. Ainda mais quando tais homens fizeram tudo para deixar firmado em papel e tinta o registro da sua breve passagem na terra. Por isso, no serviço fúnebre, pensamento de Saramago manifesta-se audivelmente na voz dos presentes.

A ministra portuguesa da Cultura, Gabriela Canavilhas, ecoou bem a blasfêmia que foi sempre uma marca de José Saramago, um crente fervoroso na inexistência de Deus. “Saramago não tinha fé em Deus. Mas, se Ele existe, Deus teve fé nele”, disse a ministra. É difícil interpretar tamanho disparate. Ainda mais vinda de uma ministra da cultura. Ela trocou a criatura morta pelo Criador vivo, colocando aquele adiante dEste. Desvairadamente, a ministra considera que, na hipótese de Deus existir, dúvida a que Saramago não se permitia, Ele deveria ter fé no homem, cujo corpo morto inerte estava diante dela. Mas, fé em que? Mesmo que num tremendo esforço de imaginação fantasiosa se concebesse Deus tendo fé em algum homem, por que exatamente em Saramago? Antes de morrer, nem os homens confiavam mais nas utopias de Saramago. Há vinte anos a ilusão do comunismo, pelo qual tanto lutou, se despedaçou perante os olhos do mundo. A única lembrança vergonhosa da teoria se encontra em Cuba, ainda cortejada por Saramago, onde escritores que ousam criticar os irmãos Castro, como ele fez em Portugal, terminam fuzilados. Pobre divindade, essa da hipótese da ministra... colocou sua fé em Saramago! Agora estaria desesperada vendo seu deus morto, sem ter realizado o que sonhou.

As sementes da vida frutificam na morte. Saramago viveu atacando Deus, e morreu nessa condição. Que morte triste!

A Palavra de Deus se cumpriu em Saramago, mesmo a contragosto: “O pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec. 12:7). As cinzas de Saramago ficaram em Portugal, mas o espírito partiu para a presença do Justo Juiz, pois “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo” (Hb. 9:27)

É verdade, José Saramago morreu. Saramago está morto. Como todos os homens... Saramago morreu. Morreu? José Saramago? Morreu! E agora, José?

A serviço do Mestre Vivo,

Pr. Jenuan Lira.

JOSÉ SARAMAGO: O ARROGANTE INIMIGO DE DEUS

“Não multipliqueis palavras de orgulho, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o SENHOR é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos na balança” (I Sm. 2:3).

Disseram que Saramago era auto-suficiente e ele acreditou. O Nobel de literatura tem fortalecido sua prepotência natural e segue seu caminho de criatura, pensando que é Criador. E sem a menor modéstia. E por que deveria? Modéstia e humildade são distorções do cristianismo que enfraquecem os homens! Saramago tem ódio à fé cristã e resolveu declarar guerra contra Deus. É uma competição desleal, um caco de barro lutando contra o Oleiro. Mas não importa. O escritor português está resoluto na missão de zombar de Deus e provar que a Bíblia, no muito, deve ser tida como literatura de segunda categoria, repleta de conteúdo pernicioso. Por isso, ele está lançando seu novo romance cujo título é Caim. Como outros fizeram com Judas, Saramago resolveu tomar as dores de Caim, o primeiro assassino, e justificar o seu pecado. Para Saramago, Deus é o autor intelectual do assassinato, pois não aceitou o sacrifício de Caim.

http://www.pontodosaber.com/jose_sara.jpg A revolta de Saramago, como a de todos os outros ateus famosos, é cheia de ironia. Eles estão certos de que Deus é um mito, mas não conseguem se livrar dEle. Por um lado, afirmam que Deus é uma figura insignificante, por outro, vivem e escrevem como se Deus estivesse sempre por perto (como realmente está). Assim, no seu resoluto esforço para mostrar que Deus não existe, fica evidente que a presença de Deus é muito mais intensa que Saramago gostaria que fosse.

O que parece motivar Saramago na sua revolta contra Deus é um certo senso de justiça. Ele acredita que entre a sua opinião e a Bíblia deve-se fazer um julgamento reto, a fim de se chegar a um a conclusão verdadeira. Assim, Saramago está afirmando que existe algo como justiça e retidão, e que tais coisas existem num padrão universal. Seu argumento não explícito, mas facilmente dedutível, é que em casos de divergências, os homens devem buscar a Justiça, que nem é dele, nem de qualquer indivíduo, mas é um fato absoluto, um padrão universal a que todos os homens têm acesso. Interessante é que Saramago, apesar da muita idade e da afamada sabedoria, não consiga perguntar: de onde vem essa Justiça e Retidão que leva todos os homens a rejeitar o errado e aprovar o certo? Seja ele, sejam outros, se forem honestos em buscar uma resposta plausível, chegarão à pessoa de Deus, o Justo Juiz de toda terra. A Justiça existe porque Deus, o Legislador Universal existe. Saramago exemplifica bem a ironia de todo ateu: sua tentativa de provar a “justiça” da defesa da inexistência de Deus torna-se uma forte evidência em favor da realidade do Deus que ele tenta negar.

Mas, a ironia das ironias é que Saramago está no fim da vida, enquanto Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. O escritor parece que não aprende com a história. Como ele, Nietzsche disse que Deus estava morto. Deus continua, e muito bem, Nietzsche morreu. John Lennon disse que era mais famoso que Jesus Cristo. Lennon morreu, Jesus é adorado em toda terra. Voltaire profetizou o fim do cristianismo dentro de poucas décadas. Voltaire morreu, a fé cristã continua a se espalhar até os confins do mundo. Eis os companheiros de Saramago. O dia de cada um chegou.

Há pouco, José Saramago quase foi a óbito por causa de uma pneumonia. Mas a morte não lhe assustou. Ele atribui a sua recuperação aos cuidados médicos e ao seu forte coração. No entanto, Saramago sabe que em breve seguirá o caminho de todo mortal. Então, talvez muito tardiamente, reconhecerá que a Justiça pela qual tanto se empenhou pertence ao Deus a quem tanto afrontou. Neste caso, tudo que restará será o lamento triste e esmagador de outro poeta, que tardiamente ecoará na alma do português renitente...“E agora, José?”.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

Pastor da Igreja Bíblica Batista do Planalto. Professor no Seminário Maranata (Sibima) e presidente da Missão Maranata (MMM).http://jenuanlira.blogspot.com/ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Muçulmanos visitaram campos de concentração

Muçulmanos visitaram campos de concentração
Dachau e Auschwitz, dois cenários inenarráveis para aprender sobre o Holocausto e render homenagem às suas vítimas.

http://www.congresojudio.org.ar/nota.php?np=982 CRACÓVIA (CJL) - Em uma viagem, realizada de 8 a 10 de agosto, líderes muçulmanos americanos visitaram os campos de concentração de Dachau e Auschwitz convidados por Marshall Breger, um judeu que ocupou um alto posto na Casa Branca, durante a presidência de Ronald Reagan e de George H. Bush. Breger organizou o grupo com o objetivo de neutralizar o notório e crescente antissemitismo e a negação do Holocausto que se tem registrado nos últimos anos em nível mundial. Em seu regresso, os ativistas muçulmanos se mostraram comovidos pela vivência e Mohammed Magid, Iman e diretor da organização "All Dulles Area Muslim Society", escreveu um artigo na revista muçulmana "Islamic Horizons" sobre a negação do Holocausto. "Nenhum muçulmano em sã consciência, homem ou mulher, deveria negar o Holocausto. Quando você percorre os caminhos pelos quais outros foram levados às câmaras de gás para morrer, como é possível que alguém possa negar evidências físicas, é algo que está acima de qualquer dúvida?", destaca um parágrafo do texto. Ver as ruínas desse passado nefasto não se compara a nada, sequer a leitura do tema ou ao sem fim de especulações a respeito do mesmo. Sem dúvida as reações muito genuínas que tiveram os visitantes servem para demonstrar que a viagem foi um importante intento para a educação, compreensão e uma possível mudança de atitude. Fonte: Jewish Daily Forward Postado de: http://holocaustobr.blogspot.com/2010/06/o-humanismo-antissemita-de-jose.html

O HUMANISMO ANTISSEMITA DE JOSÉ SARAMAGO

Pelo Professor Luiz Nazario

Proliferam post-mortem os cadernos especiais rodados a todo vapor sobre o escritor José Saramago – o único português a ganhar um Prêmio Nobel de Literatura. Nas montanhas de elogios erguidas em sua memória, nas cascatas de louvações derramadas sobre seu cadáver, foram dissolvidas as imprecações contra Israel e seu povo pelo inveterado stalinista, cujo comunismo, segundo sua pitoresca expressão, estava gravado em seu DNA – uma atualização do velho discurso da herança do sangue. Examinemos, por exemplo, essa "pérola" da especialista Leyla Perrone-Moisés: "Quando José Saramago chegar ao céu, Deus pai lhe fará cara feia, pois o escritor fartou-se de denegri-lo em seus romances. Mas Deus filho, que era também homem, advogará a seu favor, porque Saramago foi um humanista, quer em suas ideias, quer na prática de algumas das maiores faculdades humanas, a de imaginar e de narrar. [...] Qualquer que seja a posição dos leitores com relação às opiniões políticas do homem Saramago, ninguém pode acusá-lo de ter feito literatura partidária ou militante. O romancista defendeu suas ideias, não com pregação política ou lições de moral, mas por meio da melhor literatura de ficção [...]".

Ninguém poderá dizer se Saramago será recebido no céu por Deus pai ou por Deus filho… Ou se baterá em outra porta, sendo acolhido pelo Diabo em pessoa. Mas dizer que ele não defendeu suas idéias com pregação política é reduzir de maneira pouco rigorosa a atividade do escritor aos seus livros de ficção, ignorando deliberadamente que Saramago não se fartava de pregar suas idéias políticas em artigos, entrevistas, postagens, em frutuosa produção literária de caráter militante e partidário. Saramago pontificava sobre cada acontecimento político, lançando opiniões sempre balizadas pelo seu materialismo dialético. Por exemplo:

15 jan. 2009: "A notícia queima. O mufti da Arábia Saudita, máxima autoridade religiosa do país, acaba de emitir uma fatua que permite (permitir é um eufemismo, a palavra exacta deveria ser impor) o casamento de meninas na idade de 10 anos. O dito mufti (hei-de lembrar-me dele nas minhas orações) explica porquê: porque a decisão é "justa" para as mulheres, ao contrário da fatua anteriormente vigente, que havia fixado em 15 anos a idade mínima para o casamento, o que Abdelaziz Al Sheji (esse é o nome) considerava "injusto". Sobre as razões deste "justo" e deste "injusto", nem uma palavra, não se nos diz sequer se as meninas de 10 anos foram consultadas. É certo que a democracia brilha pela inexistência na Arábia Saudita, mas, num caso de tanto melindre, poderia ter-se aberto uma excepção. Enfim, os pedófilos devem estar contentes: a pederastia é legal na Arábia Saudita. Outras notícias que queimam. No Irão foram lapidados dois homens por adultério, no Paquistão cinco mulheres foram enterradas vivas por quererem casar-se pelo civil com homens da sua escolha… Fico por aqui. Não aguento mais." ("Lapidações e outros horrores"). Aqui, o materialismo dialético de Saramago coincide com o humanismo, na defesa das vítimas da pedofilia islâmica ("pederastia" tem outras conotações) e da sharia. Mas trata-se apenas de coincidência. Quando os fanáticos do Islã se voltavam contra Israel, sua guerra santa era justificada por Saramago. A jihad ganhava sentido contra os judeus, e o ateísmo de Saramago aí se dissolvia. O escritor revestia-se nesses momentos de uma nova pele, paradoxalmente fanática, e sua língua tornava-se ácida e viscosa. Não deixa de ser curioso como membros destacados da comunidade judaica brasileira não se furtaram a engrossar os louvores a Saramago pelas mídias, com exceção das do Vaticano, coerentes com sua tradição reacionária; e pela intelligentzia, cada vez mais antissemita.

Seu editor brasileiro, Luiz Schwartz, só teve palavras doces e carinhosas na crônica de despedida que postou: Saramago era um homem generoso, um pensador brilhante, o padrinho de sua filha, etc. No carinho pelo amigo, sábio, querido Saramago, certamente contava o fato de que "ele era nosso autor mais vendido em literatura estrangeira". Os 24 títulos do escritor lançados pela Companhia das Letras somam, aproximadamente, 1.400.000 exemplares vendidos. Em nenhum outro país, fora a Espanha, onde morava, Saramago vendia tanto quanto no Brasil. Um sintoma inquietante.

O escritor Moacir Scliar, em "depoimento emocionado dado com exclusividade ao Terra" (e a mais uma dúzia de veículos), declarou que "José Saramago [...] era não apenas um grande escritor, não apenas um intelectual militante, como também um ser humano [sic]. De seu trabalho literário dão testemunho o Nobel que recebeu, e que projetou o nosso idioma no mundo, como, sobretudo, a qualidade de sua obra literária. [...] Saramago era também um comunista de carteirinha, uma posição a que chegou em grande parte por ter origem humilde (foi operário) e vivido sob uma das ditaduras mais persistentes da modernidade, o regime salazarista. E, finalmente, era uma grande pessoa, um homem sensível, afetivo.".

Até Marcos Guterman, que em sua visão do antissemismo atual no belo artigo "O velho antissemitismo não cansa de se reinventar" incluíra Saramago, acabou, dez dias depois, com a morte deste, revendo sua opinião em "A morte de um gigante", prevenindo seus leitores contra os detratores de Saramago: "[...] Seu comunismo militante foi usado muitas vezes por seus detratores para desmerecer sua obra, o que é uma injustiça aliás típica de nosso tempo. Saramago era um crítico da ocultação retórica da tirania, quer fosse em Israel ou em Cuba. Mesmo que tenha cometido exageros ou poupado Fidel Castro, Saramago nunca se ausentou, transformando-o num dos raros intelectuais públicos, daqueles sem vínculos senão com sua consciência. Por essa razão, Saramago deve se transformar num clássico, por exprimir como poucos as contradições de seu tempo."

Ficamos aí sabendo que para defender Saramago de seus detratores vale equiparar Israel com Cuba, e que também em Israel vigora uma "tirania". Ainda que Saramago tenha rompido com Fidel Castro depois dos últimos fuzilamentos, em mais uma demonstração de seu humanismo tardio, é curioso como a morte melhora as pessoas. A literatura de um tal humanista nunca me interessou - desde que sua "obra-prima" Memorial do Convento encheu-me de tédio. Adquiri depois num selo por R$ 5,00 um exemplar de O conto da ilha desconhecida autografado por Saramago. O leitor não hesitou em descartar o volume com o carimbo do Prêmio Nobel. Isso diz tudo sobre o valor desse prêmio, sobre o amor de leitor e livreiro a livros autografados e sobre a "permanência" da literatura de Saramago. Creio que também descartei o exemplar. Tenho uma amiga que jogou ao lixo todos os livros de Saramago após ler suas declarações sobre Israel. Neste país, os leitores coerentes devolveram todos os seus Saramagos às livrarias. Recordemos, pois, o que esse gigante humanista dizia de Israel.

3 mai. 2002: no jornal Público Saramago compara o conflito Israel x palestinos com a cena bíblica de David x Golias, trocando as posições: Israel "se tornou num novo Golias"; aquele "lírico David que cantava loas a Betsabé" seria "encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon [...] que lança a 'poética' mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinianos para depois negociar com o que deles restar". Saramago comparava então Ramallah ao campo de concentração nazista de Auschwitz: "Nós podemos comparar (a situação palestina) com o que aconteceu em Auschwitz." As situações prestam-se mesmo a comparações, já que os palestinos lançam bombas contra Israel; contam com o suporte das brigadas terroristas financiadas pelo Irã, com milhões de militantes espalhados em todo o mundo; dispõem de cobertura favorável às suas ações da parte de toda a mídia árabe e muçulmana e de quase toda a mídia ocidental; são amparados pela ONU com a maior parte da ajuda humanitária arrecada no mundo… Enfim, exatamente como os judeus em Auschwitz.

13 out. 2003: em entrevista a O Globo, Saramago afirmou: "Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós." Aqui, ele confunde deliberadamente, como se fossem as mesmas pessoas ("eles"), os judeus que sofreram o Holocausto, os judeus que descendem daqueles, os israelenses que "oprimem" os palestinos, os judeus e israelenses que lutam contra essa "opressão", os judeus e israelenses que não se envolvem no conflito, em várias gerações de israelenses e de judeus. Ou seja: sua condenação pesa sobre qualquer judeu em qualquer época pós-Holocausto, em qualquer lugar do mundo, qualquer que seja sua posição ideológica. O nome mais comum dessa confusão generalizada e generalizante é racismo, embora, em defesa de Saramago, diversos autores tenham afirmado que ele não se insurgia contra os judeus, mas contra a política de Israel. Mas ele foi bem explícito em muitas outras declarações. Outros exemplos:

31 dez. 2008: no artigo "Israel", Saramago afirmou: "Não é do melhor augúrio que o futuro presidente dos Estados Unidos venha repetindo uma e outra vez, sem lhe tremer a voz, que manterá com Israel a 'relação especial' que liga os dois países, em particular o apoio incondicional que a Casa Branca tem dispensado à política repressiva (repressiva é dizer pouco) com que os governantes (e porque não também os governados?) israelitas não têm feito outra coisa senão martirizar por todos os modos e meios o povo palestino. Se a Barack Obama não lhe repugna tomar o seu chá com verdugos e criminosos de guerra, bom proveito lhe faça, mas não conte com a aprovação da gente honesta. Outros presidentes colegas seus o fizeram antes sem precisarem de outra justificação que a tal "relação especial" com a qual se deu cobertura a quantas ignomínias foram tramadas pelos dois países contra os direitos nacionais dos palestinos. Ao longo da campanha eleitoral Barack Obama, fosse por vivência pessoal ou por estratégia política, soube dar de si mesmo a imagem de um pai estremoso. Isso me leva a sugerir-lhe que conte esta noite uma história às suas filhas antes de adormecerem, a história de um barco que transportava quatro toneladas de medicamentos para acudir à terrível situação sanitária da população de Gaza e que esse barco, Dignidade era o seu nome, foi destruído por um ataque de forças navais israelitas sob o pretexto de que não tinha autorização para atracar nas suas costas (julgava eu, afinal ignorante, que as costas de Gaza eram palestinas…) E não se surpreenda se uma das suas filhas, ou as duas em coro, lhe disserem: 'Não te canses, papá, já sabemos o que é uma relação especial, chama-se cumplicidade no crime'." Aqui, Saramago deixava claro que considerava todo israelense (e todo israelita) – "governantes (e porque não também os governados?)" – carrascos e criminosos, massacradores do inocente povo palestino… Nenhuma palavra contra as atividades criminosas e genocidas do Hamas que já governava os palestinos de Gaza: embora fosse um partido islâmico que defendia a sharia, e ainda que Saramago condenasse "todas" as religiões e em especial as barbáries cometidas em nome do islamismo, no caso do movimento islamita pela "libertação da Palestina" seu silêncio era ensurdecedor.

22 jan. 2009: "O processo de extorsão violenta dos direitos básicos do povo palestino e do seu território por parte de Israel tem prosseguido imparável perante a cumplicidade ou a indiferença da mal chamada comunidade internacional. O escritor israelita David Grossmann [...] escreveu [...] que Israel não conhece a compaixão. Já o sabíamos. Com a Tora como pano de fundo, ganha pleno significado aquela terrível e inesquecível imagem de um militar judeu partindo à martelada os ossos da mão a um jovem palestino capturado na primeira intifada por atirar pedras aos tanques israelitas. Menos mal que não a cortou. Nada nem ninguém, nem sequer organizações internacionais [...] conseguiram, até hoje, travar as acções mais do que repressivas, criminosas, dos sucessivos governos de Israel e das suas forças armadas contra o povo palestino. [...] Enfrentados à heróica resistência palestina, os governos israelitas modificaram certas estratégias iniciais suas, passando a considerar que todos os meios podem e devem ser utilizados, mesmo os mais cruéis, mesmo os mais arbitrários, desde os assassinatos selectivos aos bombardeamentos indiscriminados, para dobrar e humilhar a já lendária coragem do povo palestino, que todos os dias vai juntando parcelas à interminável soma dos seus mortos e todos os dias os ressuscita na pronta resposta dos que continuam vivos" ("Israel e os seus derivados"). Aqui, o terrorismo ganha nomes lindos: "ressurreição", "pronta resposta", enquanto Israel adquire contornos de Alemanha nazista, com torturas, governos criminosos em sucessão, crueldade e violência indiscriminadas. Perto desse painel de Estado Judeu "comedor de criancinhas", os terroristas palestinos que trucidavam os comerciantes árabes que se relacionavam com judeus no velho mercado árabe a golpes de machadinhas; os homens-bombas que explodiam crianças em ônibus e escolares, tornam-se verdadeiros santos e mártires da causa – a religiosidade aqui é permitida pelo ateu Saramago.

12 jan. 2009: "Imaginemos que, nos anos trinta, quando os nazis iniciaram a sua caça aos judeus, o povo alemão teria descido à rua, em grandiosas manifestações que iriam ficar na História, para exigir ao seu governo o fim da perseguição e a promulgação de leis que protegessem todas e quaisquer minorias [...]. Imaginemos que, apoiando essa digna e corajosa acção [...] os povos da Europa desfilariam pelas avenidas e praças das suas cidades e uniriam as suas vozes ao coro dos protestos levantados [na Alemanha]. Já sabemos que nada disto sucedeu nem poderia ter sucedido. Por indiferença, apatia, por cumplicidade táctica ou manifesta com Hitler, o povo alemão, salvo qualquer raríssima excepção, não deu um passo, não fez um gesto, não disse uma palavra para salvar aqueles que iriam ser carne de campo de concentração e de forno crematório, e, no resto da Europa, por uma razão ou outra (por exemplo, os fascismos nascentes), uma assumida conivência com os carrascos nazis disciplinaria ou puniria qualquer veleidade de protesto. Hoje é diferente. Temos liberdade de expressão, liberdade de manifestação e não sei quantas liberdades mais. Podemos sair à rua aos milhares ou aos milhões [...] podemos exigir o fim dos sofrimentos de Gaza ou a restituição ao povo palestino da sua soberania e a reparação dos danos morais e materiais sofridos ao longo de sessenta anos, sem piores consequências que os insultos e as provocações da propaganda israelita. [...] Por sua vez, o exército israelita, esse que o filósofo Yeshayahu Leibowitz, em 1982, acusou de ter uma mentalidade "judeonazi", segue fielmente, cumprindo ordens dos seus sucessivos governos e comandos, as doutrinas genocidas daqueles que torturaram, gasearam e queimaram os seus antepassados. Pode mesmo dizer-se que em alguns aspectos os discípulos ultrapassaram os mestres. Quanto a nós, continuaremos a manifestar-nos." ("Imaginemos"). Aqui, enfim, Saramago manifesta seu ódio ardente aos judeus, que ele considera como genocidas "piores que os nazistas" – merecendo que o mundo inteiro se insurja contra Israel, quiçá com a ajuda da futura bomba atômica iraniana, para extirpar de vez a "mentalidade judeunazista", colocando "a restituição ao povo palestino da sua soberania e a reparação dos danos morais e materiais sofridos ao longo de sessenta anos" – incluindo, claro, uma justa limpeza étnica em Israel para repovoar a Palestina com os cinco milhões de refugiados palestinos espalhados pelo mundo, e que não ultrapassavam os 300 mil quando eram realmente refugidos – há sessenta anos atrás. Sempre utilizando frases de impacto que os judeus pacifistas adoram lançar contra Israel para que se voltem duplamente contra Israel e os judeus em geral (incluindo aqueles que lançaram essas palavras), José Saramago utilizou em sua subliteratura partidária e militante todos os clichês do antissemitismo contemporâneo, que se concentra no ódio a Israel.

Al Diniz 21/06/2010 às 05:33 #

Incrível como no caso da "celebridade" Saramago o senso "acrítico" impera, com "especialistas" e não-especialistas escrevendo como fanboys que endeusam seus ídolos. O pior é que tal visão deturpada migra da aparentemente "equilibrada" opinião jornalística para blogs e provavelmente para a Academia, que verá nos próximos anos um fluxo de teses, dissertações e estudos diversos de Saramago com a mesma "verve" crítica desses necrológios que são quase hagiografias do Santo Saramago. Nesse sentido, a apreciação crítica de Nazario, irônica e certeira, é a exceção mais que bem-vinda. Aliás, um desses blogueiros, a soldo da Folha de S. Paulo, ficou tão indignado com a coerente apreciação crítica do Vaticano (chamar Saramago de populista e extremista, a meu ver, é tocar nos pontos óbvios da vida e da obra da dita "sumidade" de Lazarote), que exigia que o Vaticano cuidasse de "sua" pedofilia antes de "atacar" o sacrossanto Nobel português. Claro, o blogueiro, como seu mestre, aprecia generalizações… Extático, o blogueiro clama: "se mais pessoas fossem como Saramago, o mundo seria melhor". Bem, o mundo seria mais arbitrário, mais hipócrita, provavelmente já sem Israel em seu mapa, moralmente "sublime" e estilisticamente próximo dos batidos cacoetes do modernismo – um mundo, de fato, para nenhum militante, comunista ou islâmico, botar defeito.

José Roitberg 21/06/2010 às 12:59 #

Excelente e completíssima avaliação da anti-obra de Saramago. Achei muito curioso nas resenhas em TV no dia de sua morte que o até então bem conhecido como "grande escritor", "prêmio Nobel português" etc, tenha sido apresentado abertamente, pela primeira vez como "exemplo de intelectual marxista…" A propaganda é forte e talvez em vida, esse qualificativo real tivesse sido ruim para a imagem dele. É um exemplo excelente do entranhamento da propaganda soviética antissemita e anti-Israel, incrementada após a vitória isralense na Guerra dos Seis Dias, entre os "livre" pensadores ocidentais.