De Olho na Midia
A credibilidade das fontes médicas palestinas está sendo questionada porque um adolescente palestino dado como morto a tiros pela IDF (exército israelense) retornou para sua família alguns dias depois.
Um relato da agência de notícia palestina Ma'an do dia 30 de março definiu que o adolescente tinha sido morto pela IDF, acusação negada pelo orgão.
Este comentário publicado originalmente pelo Honest Reporting foi traduzido para o português pelo nosso colaborador José Roitberg
Muhammed Al-Dura: Quase dez anos atrás, ele iniciava um ciclo de ressurreição de mortos palestinos, que nunca mais teve fim...
De acordo com o relado original da Ma'an:
Muawiya Hassanein, diretor dos serviços de emergência e ambulâncias em Gaza disse que Muhamad Zen Ismail Al-Farmawi, 15, foi morto a tiros perto da fronteira sudeste pelas forças israelenses, enquando fontes locais que preferiram permanecer anônimas disseram que a morte poderia ter sido um assunto interno.
Hussanein disse que as ambulâncias não foram capazes de recolher o corpo devido aos confrontos contínuos na área, enquanto o porta-voz militar israelenses disse que não tinha conhecimento do incidente.
A estória foi utilizada por várias empresas de mídia incluindo BBC, New York Times, CNN e UPI. Essas empresas, todavia, incluíram dúvidas quanto a informação. O The New York Times, por exemplo, publicou que "não está claro quem é o responsável pela morte" e que havia "dúvidas se ele (o adolescente palestino) podia ter sido vítima de violência interna."
A AFP junto com a imprensa árabe, mesmo incluindo a negativa do IDF, omitiu essa importante informação colocando ênfase sobre o IDF. Além disso a manchete da AFP veio: "Adolescente palestino assassinado quando israelenses atiraram contra protesto em Gaza", deixando pouca dúvida sobre quem era o responsável pela morte.
Apenas alguns dias depois, todavia a Ma'an relatou:
Foi descoberto que Al-Farmawi estava entre os 17 palestinos detidos por forças egípcias pouco depois de se infiltrar no lado egípcio de Rafah através de um dos numerosos túneis de contrabando. Os detidos, entre eles 12 menores foram devolvidos para as forças de segurança (palestinas) na fronteira na sexta-feira. Eles foram interrogados sobre as localizações dos túneis que levou a pelo menos três fechamentos, como declararam fontes das forças de segurança egípcias.
Parentes expressaram "enorme alegria" por seu filho não ter sido ferido durante a violência, relatou nosso correspondente em Rafah.
Muawiya Hassanein, Ministro da Saúde e diretor dos serviços de emergência e ambulâncias em Gaza, disse a Ma'an que depois de "grandes esforços e contatos" para a devolução do corpo do menino, policiais o encontraram entre os detidos. Ele era assumido como morto nos confrontos de terça-feira depois que uma ambulância palestina teve permissão negada para entrar na área após os relatos de fogo fatal, Hassanein explicou naquele momento.
No que veio a ser a segunda explicação errada do dia, residentes locais também disseram a Ma'an que no momento em que o jovem foi assassinado as forças militares de Israel não estavam envolvidas. A suposta morte era um "assunto interno", disseram os locais insistindo no anonimato.
O JPost, enquanto isso, relatava a experiência horrível de Al-Farmawi durante três dias na prisão egípcia, onde de acordo com ele, ele e seus amigos foram espancados e torturados com porretes e fios elétricos.
A BBC, NY Times e AFP cobriram o aparente final feliz da história falhando na questão do tratamento egípcio aos adolescentes palestinos. Mas o incidente inteiro levanta muito mais questões sobre o relato inicial.
Credibilidade das fontes palestinas?
- Por que as fontes médicas palestinas são livres de confirmação, particularmente aquelas mesmas fontes que estão sob os auspícios da organização terroristas Hamas? Neste caso, a informação falsa veio diretamente do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas em Gaza, a mesma fonte para as figuras de mortos e feridos durante a operação israelense Cast Lead. O Ministério da Saúde também contribuiu para o Relatório Goldstone, relatando apenas um lado durante a visita da comissão à Faixa de Gaza.
- Nós sempre criticamos a mídia por acreditar nas "testemunhas oculares palestinas" e mesmo em fontes oficiais ou porta-vozes que depois se verificam, serem no mínimo imprecisos e em alguns casos flagrantemente mentirosos. Certamente foram as fontes médicas palestinas as responsáveis por espalhar o venenoso libelo do assim chamado "massacre" de Jenin em 2002.
- Este incidente atual é um incidente isolado? Quantas "baixas" palestinas foram erradamente atribuídas à Israel?
- Deixando a AFP de lado, as mídias mais importantes foram cuidadosas mostrando a falta de clareza da história original. Então, por que eles são tão rápidos em aceitar as figuras de baixas palestinas das mesmas fontes duvidosas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário